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Independência ou morte!!

CLEYTON_CAPA

Coluna Atualidades
Foto: Arquivo Pessoal

 

No dia 7 de setembro comemoramos o dia da proclamação da Independência do Brasil, dia muito importante que sempre fazemos questão de lembrar e prestar nossas homenagens à pátria amada. No entanto, devemos resgatar não só a memória desse dia fatídico. Mais do que isso, devemos lembrar e resgatar o legado que esse dia nos traz.

 

 

A independência do Brasil não foi um fato aleatório acontecido no mundo, mas foi a culminância de uma movimentação intelectual que ocorrera a nível mundial. O movimento Iuminista do século XVIII bradou aos quatro cantos a importância da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Não uma liberdade política de um país em relação a outro, mas sim a liberdade individual de cada pessoa, a liberdade que permitiria a todos serem críticos, racionais e sem serem manipulados intelectualmente.

 

 

A independência do Brasil, assim como a de outras nações pelo mundo, é auge de uma libertação das mentes humanas onde se rompe o véu da ignorância e permite a todo cidadão rico ou pobre, novo ou velho, visionar a independência de sua própria alma podendo, assim, ser senhor de seu destino. A independência que de fato interessa não é aquela utópica e teatral da qual nos recordamos a cada ano, mas sim a autonomia de cada cidadão de poder ter a ousadia de pensar por si mesmo e ser senhor de seu próprio destino.

 

 

Independência é liberdade, e uma nação livre é aquela em que seu povo seja capaz de ser crítico e lutar não apenas com seus colonizadores, mas também capaz de lutar contra seus próprios costumes, superstições, preconceitos e todo e qualquer jeitinho que nos mantem ainda amarrados a séculos.

 

 

“Independência ou morte” – essa condicional nunca foi tão verdadeira. De fato o povo que não é livre morre. Talvez não uma morte literal, mas a morte simbólica da própria liberdade, pois quem abre mão da liberdade de pensar por si mesmo abre mão da própria vida, e essa é a pior das mortes: lenta e que leva uma nação a ruinas. Essa falta de independência leva lentamente nosso país ao caos. E década a década, ao invés de nos tornarmos mais livres, parecemos ser mais reféns da corrupção, do preconceito, da intolerância e da falta de liberdade.

 

 

Precisamos resgatar os valores que proporcionaram a independência desta nação, aqueles valores que permitiram trazer a luz a um povo que estava sendo explorado e que pode se libertar pela determinação e pelo conhecimento. Essa é a verdadeira memória que deve ser resgatada: a de que somos cidadãos livres, livres para buscar conhecimento, para conhecer os direitos e deveres, livres para refletir e então poder traçar um futuro melhor a todos aqueles que dividem uma nação.

 

 

Precisamos renovar todos os anos não a memória de um príncipe gritando “independência ou morte!”, mas a memória de um movimento muito maior que proporcionou a todas as pessoas a possibilidade da autonomia e da dignidade de pertencer a si mesmo.

 

Por: Cleyton Luiz Silva – Filósofo, especialista em ensino de filosofia.

 

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