IMAS presta contas da gestão hospitalar ao Conselho Municipal de Saúde

Saúde
Foto: Conselho de Saúde

O Instituto Maria Schmitt (IMAS) apresentou os resultados dos primeiros 100 dias de gestão do Hospital Dr. José Athanásio na reunião do Conselho Municipal de Saúde, realizada na manhã de quarta-feira (24). Com metas pactuadas com a prefeitura de Campos Novos e com os números apresentados, foi possível perceber o aumento da produtividade e dos serviços prestados a nível regional desde que a Organização Social de Saúde (OSS) assumiu a administração do Hospital no dia 1º de abril. A apresentação foi conduzida pelo diretor do Hospital e representante do IMAS em Campos Novos, Edson Martins. Também participou da reunião o presidente do IMAS, Robson Schmitt Machado.  

A passagem do setor administrativo para o segundo andar, a aquisição de uniforme dos funcionários, assim como novo enxoval, rouparia de pacientes e médicos, a contratação de um técnico em segurança do trabalho, a terceirização da lavanderia, instalação do novo Raio X que estava encaixotado há sete anos, a implantação da classificação de risco pela ordem de prioridade dos pacientes na urgência e emergência, mutirão de cataratas, encaminhamento do projeto de um Centro Oftalmológico, fornecimento de refeições aos funcionários e implantação de jornada de trabalho 12hx36h, vestiário dos funcionários, efetivação de parcerias com municípios da região, implantação do quarto modelo na ala particular (reforma), formalização de contratos com os médicos, sala de gesso, novo carro de anestesia e autoclave, ambulatório, credenciamento de cirurgias eletivas para região da AMURES e o projeto básico e complementares da UTI, foram as principais ações do IMAS no período.

Em breve, os funcionários contarão com uma sala de descanso. O ambiente está sendo preparado, assim como o mobiliário já foi adquirido. Em fase de implantação, também está o serviço de ouvidoria e pesquisa de satisfação dos usuários, onde a OSS planeja aplicar 700 questionários por mês. De 30% a 40% dos serviços prestados são para pacientes de outros municípios, por isso o IMAS está em negociação com as prefeituras vizinhas para que auxiliem no custeio. Convênios já foram firmados com Celso Ramos, Ibiam e Vargem, totalizando R$ 32,2 mil por mês.

Produção e Financeiro

A taxa de ocupação hospitalar ainda é considerada baixa. Na média dos meses de abril, maio e junho, a taxa de ocupação foi de 55,84%. A taxa ideal segundo Robson, para o porte hospitalar de Campos Novos, seria de 450 a 500 internações/mês, que hoje estão na média de 300. Quanto as cirurgias, o hospital passou de 59 procedimentos em março para 164 em junho. “Temos estrutura para suportar o dobro de cirurgias e essa é a nossa meta. O que precisa é um trabalho de formiguinha para ampliar a credibilidade do hospital, fazer com que os secretários confiem no serviço e encaminhem seus pacientes para cá. Outro trabalho que estamos fazendo junto a regulação de cirurgias no estado, é remanejar a transferência automática dos pacientes da fila para Campos Novos”, destaca Robson.

O IMAS também apresentou os resultados financeiros dos últimos três meses. As receitas somaram R$ 548,7 mil em abril; R$ 796,4 mil em maio e R$ 589,4 mil em junho. As despesas somaram R$ 529,9 mil em abril; R$ 867,2 mil em maio e R$ 566,7 mil de junho.  A prefeitura repassa R$ 725 mil ao mês. Desse valor é descontado a remuneração e encargos com a folha de pagamento dos servidores efetivos da Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio. Em abril, esses repasses representaram R$ 507,1; em maio R$ 507,9 mil e em junho, R$ 543,9 mil, de acordo com dados do Portal da Transparência. Como o valor de repasse ao Instituto está provisionado no orçamento, a prefeitura adiantou para cobrir as despesas, cerca de R$ 260,3 mil que vão ser diluídos do contrato até o fim do ano. 

As metas de produção previstas no contrato dizem respeito a quatro critérios gerais: atendimentos de urgência e emergência, assistência hospitalar (internações clínicas e cirúrgicas), atendimento ambulatorial e serviço de apoio diagnóstico e terapêutico externo, com a realização de exames de eletrocardiograma, radiologia, ultrassonografia e mamografia. Com a soma de todos os serviços realizados nos últimos três meses, o IMAS anunciou que cumpriu 98,1% das metas previstas em contrato. Confira os números:

Obs: Resultados do primeiro trimestre a frente da gestão do Hospital em reunião do Conselho Municipal de Saúde 

UTI

O IMAS deve entregar nos próximos dias, os projetos complementares, como por exemplo, de hidráulica, elétrico e rede de oxigênio para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O pré-projeto e orçamento foram contratados pela OSS com uma empresa especializada em arquitetura de hospitais. Com esses projetos complementares prontos, a prefeitura pretende lançar a licitação até o fim de agosto. O projeto será financiado com recursos próprios da Administração, anunciados na semana passada e compreende reforma de parte onde hoje funciona o CTI no segundo andar e uma parte de ampliação, totalizando 341m². O custo estimado para as obras é de R$ 574,2 mil para 10 leitos de UTI. O projeto também compreende uma sala de tomografia no primeiro andar. O prazo de conclusão das obras é seis meses.

“Tem alguns fatores que serão cruciais para a evolução do hospital e que acredito, que serão um divisor de águas. Temos um grande número de pacientes na emergência, mas que acabam sendo transferidos por alguma falta ou outra de algum exame, como por exemplo, tomografia. O fato desse exame estar dentro do hospital assim como a UTI, irão mudar o patamar de estrutura e isso vai trazer pacientes de maior complexidade e um aumento da ocupação, fazendo com que o hospital passe de fornecedor de pacientes para outras regiões para receptor de pacientes. Essa é a oportunidade do José Athanásio se tornar referência e um polo de saúde da região”, destacou Robson Schimitt.

O IMAS remanejará alguns equipamentos e mobiliários de UTI de outra unidade para Campos Novos, porém, o prefeito Silvio Alexandre Zancanaro alertou que não são na totalidade da necessidade para deixar a unidade em funcionamento e que não exclui a necessidade de investimentos nessa parte, pois é natural que o hospital tenha equipamentos próprios, já que serão emprestados da OSS. Os custos para deixar a UTI em funcionamento, estão estimados em R$ 4 milhões. “Para esse ano, a reforma e ampliação para a UTI estão garantidos, vai depender da licitação, se vai ter recurso ou não. Se não ocorrer nenhum problema, teremos a licitação em 30 dias. O IMAS já tem em parte esses equipamentos, e já tem um plano B, que se não conseguirmos equipar por emendas ou por parcerias com o empresariado, temos a possibilidade de locarmos”, explicou o prefeito.

O credenciamento do hospital para integrar a Rede de Urgência e Emergência (RUE) de SC saiu em 2014 em portarias do Ministério da Saúde (MS) inclusive com recursos assegurados pelo governo federal para implantação de 10 leitos de UTI, assim como o custeio mensal. O que era necessário fazer a partir daí, era oferecer a estrutura física para que o projeto se realizasse, porém, não houve vontade e decisão política dos gestores da época. O prazo para que o município colocasse em funcionamento a UTI esgotaria no fim de 2018. Conforme o prefeito, esse projeto do Ministério da Saúde precisou ser remanejado para o hospital de Caçador no ano passado, tendo em vista que a administração atual não iria conseguir fazer até o fim do ano e a UTI de Caçador já estava pronta, no aguardo dos recursos do MS. A condição foi de que os próximos leitos liberados ao estado, seriam para Campos Novos. Na atualização da RUE que ocorreu no ano passado, o estado deu novo prazo para implantação da UTI em Campos Novos – até 2021.

Um dos encaminhamentos da reunião, será de que o Conselho Municipal de Saúde fará um documento com novo pedido de credenciamento ao Ministério da Saúde, por meio da Regional Meio-Oeste de Saúde. A reunião da regional está agendada para 6 de agosto, onde será levada a proposta. Outra proposta aprovada pelos conselheiros, e solicitada pelo prefeito, é a inclusão do hospital como entidade filantrópica, o que se aprovado pela regional de saúde e pelo estado, garantirá o repasse de recursos do governo do estado.

Ala SUS

A prefeitura lançou na segunda-feira (22), a licitação para contratação de empresa responsável pelas obras de reforma da ala de internamento do Sistema Único de Saúde (SUS). A abertura das propostas será às 14h, do dia 8 de agosto. O projeto comtempla uma área total de 338,7 m² de intervenções nos quartos, corredores e posto de enfermagem, estimadas em R$ 223,6 mil. O prazo de execução é de quatro meses a partir da ordem de serviço e contempla impermeabilização das paredes que apresentam umidade, pintura, substituição do piso por manta vinílica, adequação da rede de gases medicinais e da rede elétrica, substituição das luminárias por led, adequação da acessibilidade nos banheiros, climatização dos quartos, implantação de sistema de chamada de enfermagem e forro de gesso em alguns quartos. Para não prejudicar o funcionamento do hospital, a obra será executada por etapas, sendo que será liberado um quarto por vez no qual deverá ser realizado desde os serviços iniciais até o acabamento.

Fonte: Jornal Folha Independente

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